Archive for the educação Category

excelência na educação

Posted in comportamento, conhecimento, direitos GLBTT, educação with tags on 18/12/2010 by Jisuis

A ONG Global Alliance for LGBT Education — Aliança Global pela Educação LGBT (termo utilizado para referir lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) deu a Marina Reidel o prêmio Educando para a Diversidade, por seu trabalho educacional Diga Não à Homofobia Escolar.

Educadora e Transexual, Marina dedica sua competência também no fomento das discussões saudáveis no combate ao preconceito, como se pode ver  na reportagem aqui.

Ela  foi homenageada na parada da diversidade de Porto Alegre, realizada este fim de semana.Para quem não se lembra dela, foi uma das depoentes da novela Viver a Vida – veja aqui.

Daqui segue nossa alegria por existir uma mulher de coragem, uma educadora comprometida e uma brasileira ferrenha em suas convicções para construção de um país melhor.

Parabéns, Marina!

o “modo gay”

Posted in comportamento, diversidade, educação, opinião, violência with tags on 16/10/2009 by Jisuis

Estava eu, pseudo-intelectual de ambidestra canhotice que sou, instalando meu ps2 numa televisão maior do que o espaço de chão que muita criança tem pra dormir à noite nas ruelas de qualquer cidade do planeta…

gw2Quando me preparo para a humanista, revigorante e ética atividade de jogar god of war 2, eis que a trupe de amigos alheios chega. Gente cabeça, fãs de cosplay, vidrados em jogos online até o amanhecer, geração pós-mega-ultra-plus-moderna, 100 terabytes de espaço para novos conceitos da antiguidade com super poderes alienígenas, talicoisa.

Ao ver o início do jogo, antes que eu escolha o modo, um dos garotos, novato do grupo, resolve experimentar o batismo de fogo [sem mesmo conhecer a minha simpática coleção de desenhos irresponsáveis]: “- não escolhe o modo gay, heim… há, há, há.”

A quem não sabe, o “modo gay” é como boa parte do povo chama o modo mais fácil… também chamado de”jardim de infância”, “fraldinha”, “com medo do escuro”, “não guenta, bebe leite”, “curioso com medinho” e afins.

Pois então…

Vamos ver… Por que será que o ‘modo gay’ é o modo mais fácil?

Considerando-se as simpáticas ameaças à diversidade sexual, tais como a violência nos sabores implícita, domiciliar, explícita, social, lingüística, educacional, religiosa, política, financeira, artística [eminen é arte, de alguma forma, em algum conceito, p. ex.]?

Hum… não.

Quem sabe se pensarmos a homofobia internalizada, um ‘estupro mental’ que começa de dentro para fora, que acaba se tornando auto-mutilador e ‘regulando’ o comportamento de pessoas que acreditam piamente que ‘esconder-se’ é ‘ser feliz’, porque só se pode ser feliz com pouco mesmo, já que o restante é inatingível?

Gow2

Hum… não.

Talvez seja a facilidade de sair para jantar com sua namorada ou namorado e ser convidado a se retirar [por vezes, sequer ‘gentilmente’] porque sua conduta é "inadequada ao ambiente familiar do estabelecimento". Isto é fácil?

Hum… também acho que não.

Eu procuro a facilidade, mas encontro muitas dificuldades em existir no “modo gay”. Dificuldades enfrentadas em todas as instâncias da existência, inclusive internas, vencidas através de variadas formas, com ou sem apoio de outras existências. Dificuldades afetivas, lógicas, sociais, econômicas….

Alguém pode me explicar cadê a parte fácil no “modo gay”?

É pela sensibilidade, a vaidade, o carinho, por alguns serem efeminados?

Por isto??

[ah, tem isto, mas eu considero dentro das violências de vários sabores]

Hum… Quer saber o que eu acho?

Quem existe fora da heteronormatividade é um alvo. Alvo completo, em todos os âmbitos, inclusive físico. Pode ser assassinado [e em algumas sociedades é formalmente executado], violado de todas as formas, brutalizado, humilhado, desqualificado como ser humano. Pode e é, sempre que há possibilidade.

Não possui amparo sequer do estado para garantir sua existência, embora garanta a existência deste mesmo estado com os impostos que paga.

Brasília - Participantes da 1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (GLBT) realizam manifestação contra violência sofrida por homossexuais Foto: Elza Fiuza/ABr 2008

[Brasília – Participantes da 1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (GLBT) realizam manifestação contra violência sofrida por homossexuais Foto: Elza Fiuza/ABr 2008"]

Considerando-se tudo isto, o modo gay é o hiper heavy…  o resto, é ficha!

ofender não é crime?

Posted in comportamento, direitos GLBTT, diversidade, educação, violência with tags , , on 10/08/2009 by Jisuis

Fato 1:

herrera Em 29 de abril de 2009 Jahem Herrera, 11 anos, suicidou-se na Georgia, USA. Embora não tenha sido efetivamente confirmado pelas autoridades, a causa especulada é dramática: injúria por ser gay.

Jahem era perseguido e injuriado na escola diariamente. Queixou-se disto aos “adultos responsáveis”. Nada sucedeu.

Matou-se.

11 anos. Uma criança de 11 anos se matou porque não suportou a violência travestida do quotidiano das “brincadeiras” cruéis.

Fato 2:

Há cerca 20 dias a mãe de um ex-paciente ligou para mim [nem questiono os superpoderes que permitem a descoberta de meus celulares]. Seu sobrinho de 13 anos havia tentado o suicídio: quase amputara o próprio pênis e cortara os pulsos. Sua morte foi evitada por um cartão de crédito esquecido na mesa da sala, que fez sua mãe voltar para casa.

O motivo? Injúrias por ele ser gay. Ofensas verbais, perseguições e violências. De colegas de colégio, com a conivência de professores que  dizem “deixam as crianças resolverem isto” quando não falam que “choramingar é coisa de viado”. Do pai, dizendo que ele “só subiria na vida se fosse de costas”.  Do primeiro amor, um ex-amigo que, quando soube da homossexualidade, deu-lhe uma surra e disse que ele deveria ter vergonha por ser nojento assim.

Uma nota suicida dolorida e deprimente deixava claro o quanto ele se sentiu errado, feio e ruim por ter frustrado todas as expectativas de pais e amigos por “amar quem não devo”. O quanto ele não queria magoar ninguém, mas “não posso deixar de ser quem eu sou e virar outra pessoa. Só posso deixar de ser”.

Por que ela me ligou? Para que eu atendesse os pais do garoto, para que “eles não ajudassem X a tentar se matar de novo”.

ddierA “nomeação” produz uma conscientização de si mesmo como um “outro” que os outros transformaram em “objeto”.

(…)

A injúria é um ato de linguagem ou uma série de atos de linguagem pela qual um lugar particular é atribuído no mundo àquele que dela é destinatário. (…) A injúria produz efeitos profundos na consciência de um indivíduo pelo que ela diz a ele: “Eu te assimilo a”; “Eu te reduzo a”.

Didier Eribon in Reflexões Sobre a Questão Gay: Humanidade, Sexualidade e Erotismo.

Eu te reduzo a… Tenho poderes sobre sua existência, tenho julgamentos sobre seus desejos, tenho sentenças sobre suas vontades. Impero sobre você e determino o certo e o errado da sua vida.

Água mole em pedra dura… Como em 1984 [George Orwell], de tanto repetir, humilhar, derrotar, quebrar as vontades e esperanças do sujeito, acaba-se por enfiar goela abaixo a “verdade social” que deve ser seguida: 2 + 2 = 5.

Ou, no caso de Jahem e X, “morram suas bichas”.

São humanos, são pessoas, são crianças. Morrem feito moscas e são importantes feito moscas para um bando de “representantes políticos” que acham prioridade assegurar que as igrejas não se sintam constrangidas [pelo PLC 122] no seu direito de ter preconceito.

Moscas…

Durma com um barulho destes.

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O Grito , obra de Edvard Munch (1863 — 1944)

preconceito e discriminação, por que?

Posted in comportamento, cotidiano, direitos GLBTT, diversidade, educação, elas, eles with tags , , , on 27/07/2009 by hhsen

Olá  todos

Hoje um assunto delicado mas  com o qual convivemos no dia-a-dia em pleno século XXI. Estamos num mundo gigantesco tanto em tamanho quanto em diversidade e  convivemos com diversos pensamentos, hábitos, culturas e filosofias de vida. No Brasil, entre outros grupos de indivíduos,  existem católicos, evangélicos, deístas e ateus.  Pessoas de inúmeras raças. E temos nós: homossexuais, travestis e transexuais. Um mundo tão imenso desde quando tudo começou.

E por que, em pleno século XXI,  alguns ainda sofrem preconceitos e são discriminados por seguirem uma linha de raciocínio ou por se orientarem sexualmente de uma outra forma? O preconceito, na minha opinião,  vem da falta de conhecimento sobre determinado assunto e da falta de humildade para aprender e abrir a mente para novas opiniões. Já a discriminação vem da ignorância, da índole e da arrogância da pessoa preconceituosa somada à falta de respeito com o semelhante.

 

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Isso, somado, gera a homofobia e uma série de ataques por parte da sociedade contra alguns destes grupos.  Tudo, apenas por causa de uma crença, da falta de cultura ou da falta de humildade para aprender, faz com  que se deixe escapar a possibilidade de viver de maneira que todos se respeitem.

Vejo que no orkut, na mídia  e na sociedade em geral sempre há uma discriminação contra as minorias sexuais. As pessoas ainda não aceitam ou não respeitam outras pessoas por elas gostarem do mesmo sexo e acham que se quer  impor um de estilo de vida como regra social.

Esta não é a questão. Queremos ser respeitados e ter nossos direitos garantidos, pois casais gays quando andam de mãos dadas em algum lugar, ou trocam afetos em locais públicos, logo são reprimidos ostensivamente e, às vezes, de maneira humilhante. O que quase nunca ocorre com casais  heterossexuais. Estes podem, tranquilamente,  trocar afetos sem que isso seja interpretado como um desrespeito ao ambiente nem como forma de baderna.

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Porque travestis só  viram notícia em casos envolvendo crimes e escândalos? Será a que a mídia quer plantar a idéia que toda travesti e trans  são criminosas? Por  que motivo ou razão não mostram travestis e homossexuais com seus feitos, aqueles que conquistaram seus objetivos pessoais ou que  atuam de forma produtiva na sociedade?

Virou hábito criticar os GLBTS dizendo  não temos “vergonha” ou dizendo absurdos sobre a nossa causa. Da mesma forma ateus são discriminados por  não acreditarem na idéia da existência de um deus.  No mundo contemporâneo, plural, científico e tecnológico por excelência,  não deveríamos ser obrigados a ter uma única linha de  conduta.

Crer, ir à igreja, namoros heteronormativos, casamento e depois filhos. Por que  tudo sempre dessa forma? Muitos podem não acreditar, mas fomos por diversas gerações automatizados a associar um modelo de sociedade ideal a uma simples filosofia de vida. Uma decisão que cabe a cada um e não deve ser entendida como norma ou regra.

 

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E o que é pior,isso  pode estar em nós mesmos. Se não tivermos consciência  para perceber que podemos viver a nossa filosofia  de ser e agir. Que somos nós que construímos a nossa vida e  atraímos tudo aquilo que pensamos.  Se não for assim, deixaremos que a sociedade continue a nos tratar de forma preconceituosa e discriminatória.

Não há nada de errado um homem namorar um homem, mulher namorar uma mulher, homem namorar mulher e homem, ser travesti, transexual, ser ateu, ser crente, ser judeu e ter sua própria e legal maneira de viver em sociedade.  Nós somos seres humanos e temos esse livre arbítrio de sermos o que quisermos e o que for de melhor para a nossa vida.

Esse post expressa  minha opinião de que, apesar das diferenças  somos iguais. Se agirmos de forma solidária vamos gerar uma  energia tão positiva que pode fazer o planeta  não viver à mercê da guerra e da desigualdades social que ora nos rodeia.

Abraços.

 

fotos de Spencer Tunick

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medo de quê?

Posted in comportamento, direitos GLBTT, diversidade, educação with tags , on 27/07/2009 by Homofobia Já Era

Marcelo é um garoto que, como tantos, tem sonhos, desejos e planos. Seus pais, seu amigo João, e a comunidade onde vive também têm expectativas em relação a ele. Porém, nem sempre os desejos de Marcelo correspondem às expectativas das pessoas. Mas, qual são mesmo os desejos de Marcelo? Essa dúvida gera medo… tanto em Marcelo como nas pessoas que o rodeiam.

Medo de quê ? Daquilo que não se sabe. As pessoas, em geral, têm medo exatamente daquilo que não conhecem bem. Assim, muitas vezes alimentam preconceitos que se expressam nas mais variadas formas de discriminação. A homofobia é uma dessas expressões.

Um desenho animado  convida para refletir sobre estes medos em busca de uma sociedade mais plural e solidária. O objetivo é simples: reflexões críticas que contribuam para o respeito à diversidade sexual e para a redução da homofobia.

 

 

 

Para saber mais:

 

logo-Instituto Promundo

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