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Marcha contra Homofobia em SP – 19.02.2011

Posted in ciberativismo, direitos GLBTT with tags on 26/01/2011 by Homofobia Já Era

Onde? Concentração na Praça do Ciclista

(próximo ao cruzamento da Paulista com a Consolação), com destino final no Edifício 777 da Av. Paulista.

Quando? Sábado, 19.02.2011, às 15h

Como? Traga um guarda-chuva colorido!


MARCHA CONTRA HOMOFOBIAÀ véspera do último feriado da República, um rapaz de 23 anos foi atacado, com uma lâmpada fluorescente, por outro jovem de 19 anos, em frente ao número 777 da Avenida Paulista. O motivo? A vítima aparentava ser gay. Outros 250 brasileiros tiveram destino muito pior em 2010: foram assassinados, unicamente por serem gays, lésbicas, bissexuais, intersexuais, transexuais ou travestis. 500 pais perderam seus filhos e, talvez, arrimos de família para a ignorância; outros milhares perderam seus parentes, amigos e colegas de trabalho para o ódio insensato.

Incontáveis outros fizeram como Iago Marin, um adolescente de catorze anos que, por não suportar o constante assédio dos colegas de escola, se suicidou em meados de 2009. Ainda que agressão e assassinato já sejam crimes, o preconceito, que é a origem dessa violência sem sentido e que se concretiza diariamente por meio de ofensas verbais e tratamento discriminatório nos mais diversos ambientes sociais – nos estabelecimentos comerciais, no trabalho, na escola ou na família – ainda não é adequadamente coibido. Se a raiz desse mal não for exterminada, ou seja, se a discriminação em sua forma mais sutil não for eliminada, dificilmente veremos o fim da onda de violência homofóbica.

De fato, há cerca de dez anos, os Estados de SP, RJ, MG e RS criaram leis estaduais que punem atos de discriminação por orientação sexual e identidade de gênero com advertências e multas, dentre outras sanções.

Essas leis, porém, não impediram as inúmeras agressões recentes contra a comunidade LGBT, ou que sequer um soldado, agente do próprio Estado, baleasse um jovem de 19 anos, logo após a Parada Gay no Rio de Janeiro, em 15.11.2010, dia seguinte ao ataque da lâmpada.  É necessário, portanto, ir além dessas leis pouco eficazes e tornar crime qualquer ato que discrimine um ser humano, meramente por ele sentir afeto por outro do mesmo sexo (gays, lésbicas, bissexuais) ou por se identificar com o gênero oposto (travestis e transexuais).

A Lei contra o Preconceito (Lei 7.716/1989) já garante proteção contra a discriminação por “raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. A comunidade LGBT, junto com as pessoas com deficiência e com os idosos, exigem que essa Lei também passe a abrangê-los, a fim de que sua dignidade e seu direito fundamental ao tratamento igualitário sejam adequadamente protegidos pelo Estado brasileiro.
Para tanto, é necessário que o Projeto de Lei da Câmara nº 122/2006, que criminaliza a homofobia, bem como a discriminação das pessoas deficientes e dos idosos, não seja arquivado pelo Senado e seja aprovado pelo Congresso.

Assim, convidamos todas as cidadãs e cidadãos que se solidarizam com a comunidade LGBT, as pessoas com deficiência e os idosos a se reunir no dia 19.02.2011, sábado, na Praça do Ciclista, em São Paulo, para marcharmos juntos, em apoio ao PLC 122/2006, até o número 777 da Avenida Paulista, onde ocorreu um dos ataques homofóbicos.

"a última homofóbica" do rio de janeiro*

Posted in bullying, ciberativismo, cidadania, mídia, opinião, política, Redes Sociais, web with tags , on 26/01/2011 by Rafael

wanted-rickNo domingo, dia 23 de Janeiro, uma história envolvendo André Fischer, editor do site Mix Brasil, seu namorado, uma amiga e um amigo que está indo pra Berlim fazer um curso de curadoria chocou o Brasil (clique aqui para ler o artigo, intitulado "Caramba, fui vítima de homofobia" ).

Enquanto esperavam na fila para ver uma exposição, foram verbalmente agredidos por uma moça visivelmente perturbada psicologicamente. “Parecia uma pessoa possuída”, segundo o próprio autor do texto. Ligaram para a polícia e para o Brasil Sem Homofobia, não recebendo retorno de nenhum dos dois durante a hora em que ficaram cercando a “homfoboba” (sic) no saguão do CCBB.

O editor do site publicou uma foto e pediu que todos buscassem “a louca” para evitar que ela continuasse agredindo gays. E todos os gays se mobilizaram na busca do que parecia ser a última homofóbica do Brasil. Bastava encontrá-la, que a luta estava encerrada! Uma moça de uns 30 anos, desequilibrada, fora das ruas, vai trazer todos os avanços que a comunidade LGBT almeja. A luta contra o preconceito não começa com as leis, pressionando os governos. Ela começa nas ruas, combatendo indivíduos.

Ok, eu não concordo com isso, e espero que você também não. Mas antes de discordar da solução encontrada por André Fischer, certifique-se de que você é branco, porque, segundo o próprio, chamar alguém de “bicha escrota” equivale a chamar de “preto escroto” qualquer preto escroto que discorde da sua ação (como foi o caso da segurança negra do CCBB).

Já que a comparação foi feita, não precisamos ir longe para ver o quanto a luta negra se diferencia do ato praticado ontem na internet: o sonho de Martin Luther King nunca foi o de publicar em jornais os dados dos racistas. Nelson Mandela também não fez isso. Quem publica fotos de indivíduos com seus endereços, telefones e outros dados é o governo de Uganda, que é declaradamente contra a homossexualidade; prática que é combatida por órgãos contra homofobia em todo o mundo. No caso do editor, seu namorado e seus amigos que vão morar em Berlim, entretanto, fez-se o mesmo. Uma perseguição à bruxa, a última homofóbica do Brasil.

Mandela nunca teria conseguido o que conseguiu publicando fotos de quem não o deixava entrar nos ônibus. Racistas existem ainda hoje e existirão por um longo tempo, infelizmente. O segredo para o fim do preconceito está na lei, e não na cabeça das pessoas. Sendo perseguida, ela, a bruxa do CCBB, não irá parar de odiar gays, mas se a polícia tivesse chegado a tempo, talvez ela não estivesse solta. Ela e tantos outros agressores, assassinos até.

Em nenhum momento do post ou da mobilização na internet, foi-se comentado sobre o engavetamento do PLC 122/2006, projeto de lei que faria deste acontecimento um crime. Poucos homossexuais que sabem o nome, endereço, Facebook e MSN da última homofóbica do Brasil sabem nomear pelo menos um senador que é contra o PLC 122/2006, contra o casamento gay, e por aí vai…

Escolhemos o barraco e a fofoca antes da mobilização e ação política. Agimos como bichas verdadeiramente escrotas. Mais interessante do que divulgar a foto para os internautas, seria levar a foto à delegacia e fazer uma reportagem sobre as investigações. O que importa de verdade são os nossos direitos, que devem ser garantidos pelo Estado. O resto, cada enrustido ou mal-comido que resolva entre as quatro paredes. Ou então atrás das grades!

capuz2 * Essa é a estréia de mais um colaborador do blog: Rafael Puetter é roteirista e videomaker. Acredita que a luta por direitos iguais deve ser parte da vida de todo aquele que é diferente (ou seja, todo mundo). Escreve para o blog http://brinkstv.wordpress.com e no twitter @rafucko.

acesse, leia, reflita, se emocione e compartilhe

Posted in ciberativismo on 18/12/2010 by Homofobia Já Era

Thumbnail via WebSnapr: http://eleicoeshoje.wordpress.com/retrospectiva-lgbt-2010/

assim melhoramos

Posted in agressão, ciberativismo, direitos GLBTT on 15/12/2010 by Homofobia Já Era

12.12.2010,Doceira Ofner no bairro dos Jardins em SP.

 

kissinofner

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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são paulo,24.11,universidade mackenzie

Posted in ciberativismo, cidadania, direitos GLBTT with tags , on 24/11/2010 by Homofobia Já Era
Exibir Mack_24.11

imagens: Roberto Setton/UOL

são paulo, 24.11, universidade mackenzie

Posted in ciberativismo, cidadania, direitos GLBTT on 24/11/2010 by Homofobia Já Era
Mack

Edson Silva/Folhapress

Com amor no coração
Preparamos a invasão
Cheios de felicidade
Entramos na cidade amada
Peixe Espada, peixe luz
Doce bárbaro Jesus
Sabe quem é otário
Peixe no aquário nada
Alto astral, altas transas, lindas canções
Afoxés, astronaves, aves, cordões
Avançando através dos grossos portões
Nossos planos são muito bons
Com a espada de Ogum
E a benção de Olorum
Como num raio de Iansã
Rasgamos a manhã vermelha
Tudo ainda é tal e qual
E no entanto nada é igual
Nós cantamos de verdade
E é sempre outra cidade velha

“os mais doces bárbaros” – caetano veloso

it gets better by google

Posted in bullying, ciberativismo, cidadania, comportamento with tags , on 05/11/2010 by Homofobia Já Era

katy perry and “it gets better” project

Posted in ciberativismo, letra & música, vídeos with tags , on 05/11/2010 by Homofobia Já Era

um texto que envergonha os gays que votaram democraticamente em josé serra

Posted in ciberativismo, política with tags on 02/11/2010 by Homofobia Já Era

 

* Uma Tragédia Anunciada para o Brasil

Por Marcos Freitas

“ Ganhando na região sul, boa parte da região sudeste, centro-oeste e norte do país, José Serra não é eleito a presidência do Brasil. Apesar de sua derrota nas urnas, considero José Serra o grande vitorioso nesse processo eleitoral. Nos últimos meses assistimos a maior rede de mentiras sendo instaurada no nosso país, contra quem justamente colocou esse país no rumo certo a trilhar.

Lula tem os seus méritos, não precisava fazer jogo sujo, se apropriando de méritos do governo de FHC e criando factoides contra José Serra, dizendo que o nosso candidato iria privatizar a Petrobras e entregaria o Brasil nas mãos de empresas internacionais. Fato é: privatizações aconteceram, mas poucas pessoas param para analisar o bem que tais privatizações fizeram ao Brasil.

Podemos enumerar várias empresas que passaram do controle estatal para o privado, mas vamos nos atentar apenas ao caso da Telesp, a maior privatização que o Brasil já teve. Antes de 1998, para possuirmos uma linha telefônica, tinha que compra-la, o valor era equivalente ao de um carro usado. Poucas famílias possuíam esse serviço, que hoje é tido como essencial. A venda da empresa se concretizou por pouco mais de 22 bilhões e abriu o mercado brasileiro para as telecomunicações. Hoje, temos mais telefones celulares, do que telefones fixos. É um segmento importante na economia do país, que se consolidou com a privatização promovida pelo governo FHC e que a campanha de Dilma usou essa consolidação para ilustrar o "sucesso" do governo Lula.

Foi no governo do Fernando Herinque que os programas assistenciais que hoje compõem o pacote chamado "bolsa-família", se originaram, são eles: auxilio-gás, bolsa-escola e cartão alimentação. Também foi no governo FHC que se originou o "Luz para Todos", no governo anterior o programa levava o nome de "Luz do Campo", o governo Lula mudou o nome do programa para descaracterizar a sua origem e se apropriar do mesmo. Mentiras como: Serra irá acabar com programas sociais e que privatizará a Petrobras ganharam forças e aponto tais fatores como motivações para a não-eleição de José Serra.

De um lado tínhamos um candidato que todos conhecem, que foi Deputado, Secretário de Planejamento, Ministro da Saúde, prefeito e governador de São Paulo, do outro lado tínhamos Dilma, uma candidata que ninguém conhece, ninguém viu. A história recente de Dilma são cheias de escândalos, como Secretária da Fazenda em Porto Alegre ela foi um desastre, deixando a secretária um caos e até hoje apontada como a pior administração que Porto Alegre já teve. Na Casa Civil, Dilma com a sua amiga Erenice encabeçaram um complexo sistema de corrupção e loteamento de cargos, beneficiando até o seu acupunturista. Com escândalos a tona e sendo amplamente divulgados na imprensa, não consigo compreender a eleição de Dilma.

Hoje o Brasil regrediu, a eleição de Dilma Rousseff representa o atraso e um passo a frente para uma ditadura de esquerda que ganha força na américa do sul. Hoje o Brasil se iguala a Venezuela, fato que deixa a nossa democracia ameaçada. O Brasil que antes era visto como exemplo de diplomacia, hoje é ironizado no cenário internacional. As relações próximas com o Irã, um governo ditador, fragilizaram a imagem do nosso país. É uma vergonha eleger uma mulher como presidente que mantém relações próximas com um governo que discrimina mulheres e não respeita os direitos humanos. Hoje o Brasil retrocede e se não for uma oposição forte e séria, o que vemos hoje é um princípio de uma tragédia anunciada.”

* originalmente publicado no Blog “Diversidade Tucana”

manifesto pró-casamento igualitário

Posted in ciberativismo with tags , on 05/09/2010 by Homofobia Já Era

Senhoras e Senhores Candidatos ao pleito de 2010,

Por meio desta carta-manifesto, nós, abaixo assinados, viemos reivindicar aos candidatos concorrentes no pleito de 2010 e perante a sociedade brasileira a aprovação urgente, no Brasil, do chamado casamento gay, melhor definido como casamento igualitário. Conclamamos que candidatos e cidadãos brasileiros aproveitem o processo eleitoral para refletir seriamente sobre o assunto.

Nós, sejamos lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros ou heterossexuais, somos apoiadores de um direito básico do qual todos os brasileiros devem ter neste país: a Igualdade Civil. Por isso, defendemos que o casamento igualitário, recentemente aprovado na Argentina, o seja também no Brasil. Não pensamos que tal medida seja radical ou subversiva, assim como não pensaram ser radicais aqueles que instituíram o divórcio ou o sufrágio secreto e universal em nosso país. Trata-se simplesmente de uma questão de igualdade civil e justiça democrática. Os conservadores devem aceitar que o Brasil é uma República Laica desde 1889, ou seja, há mais de 100 anos. Também repudiamos veementemente a proposta de se fazer um plebiscito sobre a União Civil Gay. Pensamos que a proposta, mesmo travestida de “democrática”, é cruel, humilhante e degradante com a população LGBT.

As razões para que o casamento igualitário seja aprovado no Brasil são muitas. Entretanto, o principal argumento é que somente esta reforma no código civil daria igualdade legal entre cidadãos com orientações sexuais diferentes da heteronormativa.

Esperamos, com esta carta-manifesto, fazer com que todos os candidatos do Brasil e a sociedade em geral entendam a gravidade da situação de exclusão civil, social e de direitos humanos em que se encontra grande parte da comunidade LGBT – estimada por especialistas em aproximadamente 10 % da população brasileira. Queremos chamar a atenção, especialmente, dos candidatos aos cargos de deputado estadual e federal, governadores, senadores e, principalmente, à Presidência da República, e pedir para que se manifestem claramente, sem hipocrisia, sobre o assunto.

Todas as mulheres e homens são iguais perante a lei

A Constituição Federal Brasileira, desde 1988, garante que todos os brasileiros são iguais perante a lei, portanto, têm os mesmos direitos e deveres. Em seu artigo 5º, a Carta Magna afirma: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, (…)”

Os cidadãos homo, bi e transexuais cumprem os mesmos deveres que os heterossexuais para com a República, são obrigados a votar, a servir militarmente à pátria (no caso masculino), a pagar os impostos etc.

Todavia, a elas e eles ainda são negados, por parte do Estado, vários direitos básicos, como a igualdade civil e jurídica e mesmo a garantia e manutenção de sua integridade física. Direitos básicos estão comprometidos no país, como a garantia à segurança e à vida nos casos de atentados homofóbicos, a que costumeiramente estão expostos os LGBTs em seu dia-a-dia. No Brasil ainda se faz necessária a urgente aprovação do PLC-122, que criminaliza a discriminação por orientação sexual, como em todas as nações modernas do mundo. Não fazê-lo é ser conivente com os assassinatos de gays, lésbicas e transgêneros que acontecem a cada dois dias no Brasil.

Além das violações diárias de seus direitos, os cidadãos LGBTs são, ainda, discriminados pelo Estado brasileiro. Ao não equiparar os direitos civis entre heterossexuais e homossexuais, o Estado fere a isonomia republicana, deslegitimando sua própria base jurídica. Inclusive, com isso, ainda fortalece as pretensões daqueles que querem continuar a discriminar e excluir “legalmente” uma parcela da população brasileira – a LGBT.

Entre os objetivos declarados na Constituição da República Federativa do Brasil, em seu artigo 1º estão: “II – a cidadania; III – a dignidade da pessoa humana; (…)”. Percebe-se, claramente, que estes dois valores ainda são aviltados a gays, lésbicas, bissexuais e transexuais ao terem negados os direitos civis relacionados ao casamento e a constituição de família. Sem a equiparação dos direitos civis entre homossexuais e heterossexuais, a legitimidade republicana deve contestada, afirmando a injustiça formal existente no Brasil. Para que essas diferenças sejam progressivamente resolvidas, é necessário que, ao menos legalmente, todos sejam considerados iguais, sem qualquer distinção, inclusive aquelas motivadas pela orientação sexual. O Estado não pode ser agente desta distinção, e por isso, deve urgentemente reconhecer a existência legal das famílias homoafetivas.

A aprovação do casamento igualitário seria a correção da injustiça civil relacionada aos direitos dos cidadãos LGBTs de constituírem família e possuírem os mesmos direitos civis e familiares que os heterossexuais. Somente a aprovação da união civil entre pessoas do mesmo sexo não se justifica mais na atual conjuntura política e histórica. Além de estabelecer uma evidente separação entre aqueles que deveriam ser constitucionalmente iguais, os direitos limitados por ela concedidos já foram, em parte, contemplados pelas inúmeras decisões do poder judiciário brasileiro, ou concedidas por decisões administrativas de órgãos federais (Receita Federal etc.) e empresas públicas (Caixa Econômica etc.) e privadas.

Ou seja, somente o casamento igualitário estabelece a isonomia civil de direitos republicanos, sem criar diferenças. Pensamos que a não-equiparação de direitos civis ou a manutenção da desigualdade legal entre todos os cidadãos é tão grave que abre precedente perigoso para garantia da manutenção e da legitimidade do regime constitucional brasileiro.

O Brasil é um Estado Laico

O Brasil também se afirma constitucionalmente como uma democracia que prima pela liberdade de pensamento. Para garanti-la, determina a separação entre Estado e Igrejas: O Art. 19 da Constituição Federal proíbe à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios "estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público", e também “criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si”.

Apesar dessa clara norma legal, muitos eleitos, principalmente deputados e senadores, e funcionários públicos não respeitam essa separação entre Estado e Igreja(s), provavelmente por não entenderem o que é um Estado Laico. O laicismo, princípio que rege a base teórica das leis brasileiras, é uma doutrina filosófica que defende e promove a separação do Estado das igrejas e comunidades religiosas, assim como a neutralidade do Estado em matéria religiosa. A palavra "laico" é um adjetivo que significa uma atitude crítica e separadora da interferência da religião organizada na vida pública das sociedades contemporâneas.

Entretanto, alguns grupos religiosos conservadores impõe seu pensamento na forma de lobbies político-religiosos, obrigando o conjunto da sociedade a aceitar seus conceitos estritamente religiosos, regulando leis e ditando padrões de comportamento baseados na religião. Um bom exemplo é como os grupos religiosos, sobretudo católicos e neopentecostais, pretendem obrigar a grupos que não confessam seus preceitos a viver de acordo com suas normas e dogmas. Neste caso, eles violam a Constituição pretendendo enfraquecer a exigência do Estado Laico.

Duas modificações importantes instituídas a partir da declaração da laicidade do Estado foram a a criação do Casamento Civil (coexistindo a partir de então com o Matrimônio religioso) e a adoção do Registro Civil de Nascimento (que substitui o Registro de Batismo).

A lei de igualdade civil da qual os brasileiros LGBTs clamam pela aprovação quer ampliar os direitos ao casamento civil. Importante reafirmar que não cabe aqui nenhuma exigência que altere o matrimônio religioso ou que pretenda obrigar as doutrinas a incluir o casamento gay. Isto porque o Estado laico funciona em duas vias: nele não cabe nenhuma interferência religiosa, mas ele também se abstém de decisões que afetem qualquer religião. Não cabe ao Estado brasileiro decidir sobre como a Igreja Católica, por exemplo, casa seus fiéis: só a Santa Sé, no Vaticano, tem esta prerrogativa. Contudo, ao Estado brasileiro cabe proteger todos os seus cidadãos de todas as formas que possam cercear seu direito a liberdade.

O casamento civil é um direito que somente a parcela heterossexual da população brasileira possui. O clamor entre os indivíduos homossexuais, bissexuais e transexuais da República é para que este direito seja ampliado a todos, sem distinções. Assim, não haverá desigualdade jurídica instituída. Pode-se constatar que o “argumento” mais poderoso contra o casamento gay origina-se do meio religioso, e começa sempre com citações da Bíblia Sagrada. Entretanto, esse discurso não serve como argumento quando se discute políticas públicas, leis e modelos de Estado. Em um Estado laico e democrático, crenças religiosas não podem, em absolutamente nenhuma circunstância, ser incluídas entre elementos formadores do pensamento legislador ou público. Nessas condições, nenhum preceito de base religiosa tem qualquer legitimidade na configuração normativa de leis, códigos ou regulamentos estatais.
Formar família é para poucos?

Um argumento comum dos setores conservadores contrários ao casamento é o de que um casal homossexual não forma uma família. Retrocedendo historicamente, também o modelo de família que se vê hoje em dia (homem, mulher e filhos) pode ser datado como posterior a Segunda Guerra Mundial (isto é, a partir da década de 1950). E isto somente se falarmos do ocidente. A antropologia e a sociologia comprovam que, fora do mundo ocidental, ainda hoje, o modelo de família pode ser muito distinto do que se convencionou chamar de família. Já no ocidente, mais de 38 tipos de família coexistem hoje nas sociedades urbanas. O “modelo” de família não é unívoco mesmo no mundo ocidental: famílias de mães ou pais solteiros; divorciados que casam-se novamente e reúnem seus filhos, os filhos do cônjuge e os nascidos desse casamento; famílias formadas por pessoas que, na verdade, não têm nenhum parentesco sanguíneo. O modelo de família é extremamente mais amplo do que o texto da lei brasileira permite afluir.

Outro argumento contrário ao casamento gay é o de que duas pessoas do mesmo sexo não podem gerar filhos e, portanto, não podem per si constituir família. Este argumento, se for levado a sério, excluiria também os casais heterossexuais que, por um motivo ou outro, também não geram filhos. Casais estéreis ou casais idosos não deveriam mais constituir uma unidade familiar perante a lei. Isto absolutamente não faz sentido. Até porque a lei brasileira prevê o caso de adoção. Crianças são abandonadas por inúmeros motivos em abrigos e protegidas pelo Estado, e podem ser adotadas por estes casais heterossexuais que não podem gerar filhos. Porque não pelos casais homossexuais?

Outra afirmação usada contra a família homoafetiva é dar uma natureza “transviada” à relação de duas pessoas do mesmo sexo, crendo que os indivíduos não forneceriam bons modelos para a formação de uma criança. Argumenta-se que esta “má influência” seria prejudicial ao desenvolvimento destas jovens mentes. Há os que sentenciam que o filho de um homossexual teria o mesmo comportamento afetivo sexual, ignorando aqueles que são frutos de lares heterossexuais. Com esse enunciado, nega-se outro direito aos gays: a adoção, em conjunto, de uma criança.

Os candidatos a cargos públicos devem a todos os cidadãos, no mínimo, um posicionamento claro sobre estas questões. Isso é fundamental para que a democracia possa tornar-se mais do que uma bela palavra.

Brasil, agosto de 2010

clique na 1ª imagem e assine a petição on-line

 

Thumbnail via WebSnapr: http://www.petitiononline.com/casalgay/petition.html
 
Thumbnail via WebSnapr: http://casamentoigualitario.wordpress.com/

assim existimos:

Posted in ciberativismo with tags , on 05/09/2010 by Homofobia Já Era

quando: 19.09.2010

onde: Avenida Paulista esquina com Rua Augusta, SP

horário: 16hs

clique na imagem e saiba mais